sexta-feira, 1 de maio de 2009

Sites interessantes sobre Cinema Nacional

http://ligadosblogues.wordpress.com

O Brasil e as indicações ao Oscar.


1959: Melhor filme estrangeiro – Orfeu Negro (vencedor, prêmio foi para a França)
1962: Melhor filme estrangeiro – O Pagador de Promessas (indicado)
1985: Melhor filme – O Beijo da Mulher-Aranha (indicado, co-produção estado-unidense)
Melhor diretor – Hector Babenco por O Beijo da Mulher-Aranha (indicado)
Melhor ator – William Hurt em O Beijo da Mulher-Aranha (vencedor, estado-unidense)
Melhor roteiro adaptado – Leonard Schrader por O Beijo da Mulher-Aranha (indicado, estado-unidense)
1995: Melhor filme estrangeiro – O Quatrilho (indicado)
1997: Melhor filme estrangeiro – O Que É Isso, Companheiro? (indicado)
1998: Melhor filme estrangeiro – Central do Brasil (indicado)
Melhor atriz – Fernanda Montenegro em Central do Brasil (indicada)
2001: Oscar de melhor curta-metragem – Paulo Machline por Uma História de Futebol (indicado)
2003: Melhor fotografia – César Charlone por Cidade de Deus (indicado)
Melhor direção – Fernando Meirelles por Cidade de Deus (indicado)
Melhor edição – Daniel Rezende por Cidade de Deus (indicado)
Melhor roteiro adaptado – Bráulio Mantovani por Cidade de Deus (indicado)
2004: Melhor curta-metragem de animação – Carlos Saldanha por Gone Nutty (indicado)

Dignos de um Oscar


Até a data presente, o único vencedor é “Orfeu Negro” (1959). Este filme, no entanto, foi creditado como sendo de direção francesa (Marcel Camus, diretor) pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas – uma co-produção Ítalo-Franco-Brasileiro. “O Beijo da Mulher-Aranha” (1985), uma co-produção estado-unidense, e “Cidade de Deus” (2002) são as produções brasileiras que mais receberam indicações: quatro cada. Fernanda Montenegro é a única pessoa indicada em uma categoria de atuação.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Atualmente

"Se eu fosse você 2", de Daniel Filho, 2009.


Alguns filmes lançados nos primeiros anos do novo século, com uma temática atual e novas estratégias de lançamento, como Cidade de Deus (2002) de Fernando Meirelles, Carandiru (2003) de Hector Babenco e Tropa de Elite (2007) de José Padilha, alcançam grande público no Brasil e perspectivas de carreira internacional.
Em Janeiro de 2009 o Cinema Brasileiro tem um momento histórico: Uma continuação de sucesso com Se Eu Fosse Você 2 de direção de Daniel Filho com Tony Ramos e Glória Pires nos papéis dos protagonistas que ultrapassa 1 milhão de espectadores com menos de uma semana.

"Central do Brasil", de Walter Salles, 1998.


Uma co-produção entre Brasil e Portugal também se destaca: "Terra estrangeira", de Walter Salles Júnior e Daniela Thomas, além de uma produção conjunta entre Brasil e Estados Unidos no filme "Jenipapo", de Monique Gardenberg.
Murilo Salles lançou, em 1996, "Como nascem os anjos", e Fábio Barreto dirigiu "O quatrilho", que estreou no mesmo ano. Walter Lima Júnior, por sua vez, obteve ótimos resultados visuais em "A ostra e o vento".
Bruno Barreto lançaria no mesmo ano "O que é isso, companheiro?", cabendo a Walter Salles Júnior a grande ressurreição do cinema nacional, ao filmar "Central do Brasil" (1998) que ganhou o Urso de Prata no Festival de Berlim.

Novas produções despontam

Carlota Joaquina: Princesa do Brasil, de Carla Camurati, 1995.


Em 1994, novas produções, em preparação ou mesmo finalizadas, apontam: “Era uma vez”, de Arturo Uranga, “Perfume de gardênia”, de Guilherme de Almeida Prado, “O corpo”, de José Antonio Garcia, “Mil e uma”, de Susana Moraes, Sábado, de Ugo Giorgetti, “As feras”, de Walter Hugo Khouri, “Foolish heart”, de Hector Babenco, “Um grito de amor”, de Tizuka Yamasaki, e “O cangaceiro”, de Carlos Coimbra, um remake do filme de Lima Barreto.
A partir de 1995, começa-se a falar numa "retomada" do cinema brasileiro. Novos mecanismos de apoio à produção, baseados em incentivos fiscais e numa visão neo-liberal de "cultura de mercado", conseguem efetivamente aumentar o número de filmes realizados e levar o cinema brasileiro de volta à cena mundial. O filme que inicia este período é “Carlota Joaquina, Princesa do Brasil” (1995) de Carla Camurati, parcialmente financiado pelo Prêmio Resgate. No entanto, as dificuldades de penetração no seu próprio mercado continuam: a maioria dos filmes não encontra salas de exibição no país, e muitos são exibidos em condições precárias: salas inadequadas, utilização de datas desprezadas pelas distribuidoras estrangeiras, pouca divulgação na mídia local.

A retomada do Cinema no Brasil


A partir de 1993 há uma retomada da produção, através do Programa Banespa de Incentivo à Indústria Cinematográfica e do Prêmio Resgate Cinema Brasileiro, instituído pelo Ministério da Cultura. Diretores recebem financiamentos para a produção, finalização e comercialização dos filmes. Aos poucos, as produções vão aparecendo, como “A terceira margem do rio”, de Nelson Pereira dos Santos, “Alma corsária”, de Carlos Reichenbach, “Lamarca”, de Sérgio Rezende, “Vagas para moças de fino trato”, de Paulo Thiago, “Não quero falar sobre isso agora”, de Mauro Farias, “Barrela – escola de crimes”, de Marco Antônio Cury, “O Beijo 2348/72”, de Walter Rogério, e “A Causa Secreta”, de Sérgio Bianchi. A parceria entre televisão e cinema se realiza em “Veja esta canção”, dirigida por Carlos Diegues e produzida pela TV Cultura e pelo Banco Nacional.

domingo, 26 de abril de 2009

Cena do filme "Capitalismo Selvagem", de André Klotzel, 1993.


A década de 1990 é marcada pela diversidade de temas e enfoques. O filme passa ser um produto rentável e a "indústria cinematográfica" ganha impulso em busca de grandes bilheterias e altos lucros. Neste sentido, as produções brasileiras procuram atender públicos diversos. Comédias, dramas, política e filmes de caráter policial são produzidos em território nacional. Com políticas de incentivo e empresas patrocinadoras, o Brasil começa a produzir filmes que mobilizam grande número de espectadores.
A extinção da Lei Sarney e da Embrafilme e o fim da reserva de mercado para o filme brasileiro fazem a produção cair quase a zero. A tentativa de privatização da produção esbarra na inexistência de público num quadro onde é forte a concorrência do filme estrangeiro, da tevê e do vídeo. Uma das saídas é a internacionalização, como em “A grande arte”, de Walter Salles Jr., co-produzida com os EUA. O 25º Festival de Brasília (1992) é adiado por falta de filmes concorrentes. No de Gramado, internacionalizado para poder sobreviver, só se inscrevem, em 1993, dois filmes brasileiros: “Capitalismo selvagem”, de André Klotzel, e “Forever”, de Walter Hugo Khouri, rodado com financiamento italiano.

DÉCADA DE 80

A abertura política favorece a discussão de temas antes proibidos, como em “Eles não usam black-tie”, de Leon Hirszman, e “Pra frente, Brasil”, de Roberto Farias, que é o primeiro a discutir a questão da tortura. “Jango e Os anos JK”, de Silvio Tendler, relatam a História recente e "Rádio auriverde", de Silvio Back, dá uma visão polêmica da atuação da FEB na 2ª Guerra. Arnaldo Jabor faz “Eu te amo” e “Eu sei que vou te amar”. Surgem novos diretores – Lael Rodrigues (Bete Balanço), André Klotzel (Marvada carne) e Susana Amaral (A hora da estrela). No final da década, a retração do público interno e a atribuição de prêmios estrangeiros a filmes brasileiros fazem surgir uma produção voltada para a exibição no exterior: “O beijo da mulher, aranha”, de Hector Babenco, e “Memórias do cárcere”, de Nelson Pereira dos Santos. As funções da Embrafilme, já sem verbas, começam a esvaziar-se, em 1988, com a criação da Fundação do Cinema Brasileiro.

Cena de "O Beijo da Mulher Aranha", de Hector Babenco, 1985.

Hector Babenco

Hector Eduardo Babenco (1946), produtor, diretor e roteirista, nasce em Buenos Aires. Naturalizado brasileiro, passa a viver em São Paulo, a partir de 1969. Inicia no cinema como figurante no filme “Caradura”, de Dino Risi, filmado na Argentina, em 1963. Na Europa, trabalha como assistente de direção. Em 1972, já no Brasil, funda a HB Filmes e dirige curtas como “Carnaval da vitória” e “Museu de Arte de São Paulo”. No ano seguinte, faz o documentário “O fabuloso Fittipaldi”. Seu primeiro longa-metragem, “O rei da noite” (1975), retrata a trajetória de um boêmio paulistano. Seguem “Lúcio Flávio, o passageiro da agonia” (1977), “Pixote, a lei do mais fraco” (1980), “O beijo da mulher aranha” (1985) e “Brincando nos campos do senhor” (1990). Pornochanchada – No esforço para reconquistar o público perdido, a "Boca do Lixo" paulista produz "pornochanchadas". Influência de filmes italianos em episódios, retomada de títulos chamativos e eróticos, e reinserção da tradição carioca na comédia popular urbana, marcam uma produção que, com poucos recursos, consegue uma boa aproximação com o público, como “Memórias de um gigolô”, “Lua-de-mel e amendoim” e “A viúva virgem”. No início dos anos 80, evoluem para filmes de sexo explícito, de vida efêmera.

Arnaldo Jabor



Arnaldo Jabor (1940), carioca, começa escrevendo críticas de teatro. Em 1962 edita a revista Movimento e freqüenta o cineclube da PUC-RJ. Dois anos depois faz o curso de cinema Itamaraty-Unesco. Participa do movimento do Cinema Novo. Faz curtas – “O circo” e “Os saltimbancos” – e estréia no longa-metragem com o documentário “Opinião pública” (1967). Realiza, em seguida, “Pindorama” (1970). Adapta dois textos de Nelson Rodrigues: “Toda nudez será castigada” (1973) e “O casamento” (1975). Prossegue com “Tudo bem” (1978), “Eu te amo” (1980) e “Eu sei que vou te amar” (1984).

Década de 70


Remanescentes do Cinema Novo ou cineastas estreantes, em busca de um estilo de maior comunicação popular, produzem obras significativas: “São Bernardo”, de Leon Hirszman; “Lição de amor”, de Eduardo Escorel; “Dona Flor e seus dois maridos”, de Bruno Barreto; “Pixote”, de Hector Babenco; “Tudo bem” e “Toda a nudez será castigada”, de Arnaldo Jabor; “Como era gostoso o meu francês”, de Nelson Pereira dos Santos; “A dama do lotação”, de Neville d'Almeida; “Os inconfidentes”, de Joaquim Pedro de Andrade, e “Bye, bye, Brasil”, de Cacá Diegues, que reflete as transformações e contradições da realidade nacional.
Pedro Rovai (Ainda agarro essa vizinha) e Luís Sérgio Person (Cassy Jones, o magnífico sedutor) renovam a comédia de costumes numa linha seguida por Denoy de Oliveira (Amante muito louca) e Hugo Carvana (Vai trabalhar, vagabundo).

Em 1966 o Instituto Nacional de Cinema (INC) substitui o INCE, e a Empresa Brasileira de Filmes (Embrafilme) é criada em 1969 para financiar, co-produzir e distribuir os filmes brasileiros. Há então uma produção diversificada que atinge o auge em meados dos anos 80 e, gradativamente, começa a declinar. Alguns sinais de recuperação são notados em 1993.


A Embrafilme foi fundada em 1969 pelo Regime Militar a fim de promover o Cinema Brasileiro no exterior; aos poucos tornou-se a principal fonte de financiamento ao filme nacional. A empresa foi fechada em 1990.

Cinema Marginal


No final da década de 60, jovens diretores ligados de início ao Cinema Novo vão, aos poucos, rompendo com a antiga tendência, em busca de novos padrões estéticos. “O bandido da luz vermelha”, de Rogério Sganzerla, e “Matou a família e foi ao cinema”, de Júlio Bressane, são os filmes-chave dessa corrente underground alinhada com o movimento mundial de contracultura e com a explosão do tropicalismo na MPB.
Dois autores têm, em São Paulo, suas obras consideradas como inspiradoras do cinema marginal: Ozualdo Candeias (A margem) e o diretor, ator e roteirista José Mojica Marins (No auge do desespero, À meia-noite levarei sua alma), mais conhecido como Zé do Caixão.


O Cinema Novo

Com o lema “uma câmera na mão e uma idéia na cabeça”, outros cineastas impulsionam o Cinema Novo nos anos 60. Os filmes deste período começam a retratar a vida real, mostrando a pobreza, a miséria e os problemas sociais, dentro de uma perspectiva crítica, contestadora e cultural. Neste contexto, aparecerem filmes como “Vidas secas” (1963), de Nelson Pereira dos Santos, “Barravento”, “ Deus e o diabo na terra do Sol”, ambos do diretor Glauber Rocha.
“Os fuzis”, de Rui Guerra, também pertencem à primeira fase, concentrada na temática rural, que aborda problemas básicos da sociedade brasileira, como a miséria dos camponeses nordestinos. Após o golpe de 64, a abordagem centraliza-se na classe média urbana, como em “A falecida”, de Leon Hirszman, “O desafio”, de Paulo César Sarraceni, e “A grande cidade”, de Carlos Diegues, que imprimem nova dimensão ao cinema nacional.

(Terra em transe, de Glauber Rocha, 1967)

Com “Terra em transe” (1967), de Glauber Rocha, o Cinema Novo evolui para formas alegóricas, como meio de contornar a censura do Regime Militar. Dessa fase, destacam-se “Macunaíma”, de Joaquim Pedro de Andrade, “Brasil ano 2000”, de Walter Lima Jr., “O bravo guerreiro”, de Gustavo Dahl, e “Pindorama”, de Arnaldo Jabor.

Diretores do Cinema Novo

Nelson Pereira dos Santos (1928- ), nasce em São Paulo e, no final da década de 40, freqüenta cineclubes e já faz curtas de 16 mm. Em 1953 muda-se para o Rio de Janeiro, onde trabalha como jornalista a partir de 1957. Faz também assistência de direção, montagem, produção e trabalha também como ator. Na direção, seu filme de estréia, “Rio 40 graus” (1954), marca uma nova fase no cinema brasileiro, de busca da identidade nacional, seguido por “Rio, Zona Norte” (1957), “Vidas secas” (1963), “Amuleto de Ogum” (1974), “Memórias do cárcere” (1983), “Jubiabá” (1985) e “A terceira margem do rio” (1994). No centenário do cinema, em 1995, é convidado pelo British Film Institute para dirigir um filme comemorativo, ao lado de diretores como Martin Scorsese e Bernardo Bertolucci.






Glauber Rocha (1939-1981) é o grande nome do cinema brasileiro. Nasce em Vitória da Conquista, Bahia, e inicia a carreira em Salvador, como crítico de cinema e documentarista, realizando “O pátio” (1959) e “Uma cruz na praça” (1960). Com “Barravento” (1961), é premiado no Festival de Karlovy Vary, na Tchecoslováquia. “Deus e o diabo na terra do sol” (1964), “Terra em transe” (1967) e “O dragão da maldade contra o santo guerreiro” (1969) ganham prêmios no exterior e projetam o Cinema Novo. Nesses filmes predomina uma linguagem nacional e de caráter popular, que se distingue daquela do cinema comercial americano, presente em seus últimos filmes, como “Cabeças cortadas” (1970), filmado na Espanha, e “A idade da terra” (1980).





Joaquim Pedro de Andrade (1932-1988) nasce no Rio de Janeiro e cursa a UFRJ. Recebe influências do professor do cinema mudo e fundador do primeiro cineclube brasileiro, Plínio Sussekind Rocha. Na primeira experiência profissional, trabalha como assistente de direção. No final da década de 50, dirige seus primeiros curtas – “Poeta do castelo” e “O mestre de Apipucos” – com os quais consegue uma bolsa para estudar cinema na França e em Londres. De volta ao Brasil, participa do Cinema Novo e dirige importantes obras, como Cinco vezes favela – 4º episódio: “Couro de gato” (1961), “Garrincha, alegria do povo” (1963), “O padre e a moça” (1965), “Macunaíma” (1969) e “Os inconfidentes” (1971).

Carlos Diegues nasceu em 19 de maio de 1940 na cidade de Maceió, em Alagoas, mas foi criado no Rio de Janeiro. Poeta, jornalista e crítico de cinema, estudou Direito na PUC (Rio de Janeiro), antes de ajudar a fundar o Cinema Novo e tornar-se um dos principais líderes deste movimento cinematográfico. Trabalhou como crítico no jornal O Metropolitano. Em 1961, dirige o episódio "Escola de Samba Alegria de Viver" do filme "Cinco Vezes Favela" (1962), uma das obras tidas como fundamentais para a instalação definitiva do Cinema Novo. No final de 1962, o cineasta começa a levantar a produção de seu primeiro longa-metragem, as filmagens começam em 1963 e o lançamento em 1964: “Ganga Zumba”. Mostra-se a cultura negra de forma respeitosa, e rituais de candomblé não são abordados pela ótica da alienação (como ocorreu em outros filmes cinema-novistas). Cantos, danças africanas e capoeira compõem a integridade de um povo, vilipendiada pela condição degradante de escravidão dos personagens. Influenciado pelas técnicas do cinema-verdade europeu, Diegues realiza "A Grande Cidade" (1966), um dos primeiros sucessos de bilheteria do Cinema Novo.
O diretor realiza "Os Herdeiros" em 1969, "Quando o Carnaval Chegar" (1972) e "Joanna Francesa" (1973). A guinada de Diegues para a comédia musical em "Quando o Carnaval Chegar" surpreende a todos. Esse filme recebeu um tratamento cinematográfico ancorado na literatura social daquela década, uma antiga paixão cinema-novista, agora temperada com elementos do chamado realismo mágico. Mesmo partindo de forte referência cinematográfica - a protagonista foi Jeanne Moreau, musa francesa -, a obra carrega um tom literário, presente nas falas dos personagens, extravasando para os enquadramentos, movimentos de câmera e posicionamento dos atores, tudo de forma a assumir certa postura solene. " Em "Xica da Silva" (1976) aparece um cinema preocupado com o espetáculo, foi um estouro de bilheteria, marcando a definitiva aproximação de um importante autor cinema-novista com o mercado. Lança "Chuvas de Verão" em 1978, "Bye Bye Brasil" (1979), "Quilombo" (1984) e "Um Trem para as Estrelas", em 1987. Todos os filmes do cineasta têm em foco a vida brasileira. Com um sentimento de compromisso entre personagem e enredo, ele combina assuntos sociais e históricos.






Realizações Independentes

Paralelamente aos estúdios e em oposição a eles, tanto na sua vertente paulista quanto carioca, surgiu uma geração de realizadores independentes, que asseguraria a continuidade dos filmes de pretensões artísticas. Entre estes, destaca-se a produção de cineastas como Walter Hugo Khouri, que deu seguimento ao cinema de pretensões universalistas da Vera Cruz, realizando dramas psicológicos nos moldes do cinema clássico; Nelson Pereira dos Santos, que enveredou por um cinema de tom neo-realista, fugindo aos padrões dos estúdios ao filmar “Rio 40º” e “Rio, Zona Norte”; Alex Viany (Agulha no Palheiro); Roberto dos Santos, (O Grande Momento); Roberto Farias; e Luís Sérgio Person (São Paulo S.A.).
Nelson Pereira assume papel de destaque no cinema brasileiro, fundando aqui o cinema moderno, aproximando-se da geração de jovens críticos e realizadores, e compondo com eles o Cinema Novo, o mais importante movimento do cinema brasileiro e momento de plena maturidade artística e cultural do nosso cinema.

Mazzaropi

Amácio Mazzaropi (1912-1981) nasce em São Paulo. De família pobre, aos 14 anos foge de casa para ser ajudante de faquir, em uma trupe ambulante. Adquire sucesso fazendo números cômicos. Trabalha na Rádio Tupi, onde faz um programa em que conversa com os caipiras de São Paulo. Em 1952, é contratado pela Vera Cruz e realiza “Sai da frente” (1952), “Nadando em dinheiro” (1953) e “Candinho” (1954). O fim da companhia não interrompe sua carreira. Filma a seguir “A carrocinha” (1955), “O gato da madame” (1956) e consagra-se com o caipira de “Jeca Tatu” (1959). Na década de 70, continua produzindo: “Um caipira em Bariloche” (1971) e “A banda das velhas virgens” (1979).

A Companhia Vera Cruz

Empreendimento grandioso, a Companhia Vera Cruz foi o mais importante estúdio cinematográfico brasileiro da década de 50, tendo sido fundada em São Bernardo do Campo pelo produtor italiano Franco Zampari e pelo industrial Francisco Matarazzo Sobrinho em 4 de novembro de 1949. Renegando a chanchada, contrata técnicos estrangeiros e ambiciona produções mais aprimoradas.
Era caracterizada por um sistema de estúdios, com a preocupação de produzir industrialmente seus filmes, que constituíam dramas universais, no melhor estilo hollywoodiano, lançando no mercado um verdadeiro star-system composto por nomes como os de Tônia Carrero, Anselmo Duarte, Jardel Filho, Marisa Prado, Eliana Lage entre outros, com produções, como: “Floradas na serra”, do italiano Luciano Salce, “Tico-tico no fubá”, de Adolfo Celli, e “O canto do mar”, de Alberto Cavalcanti, que volta da Europa para dirigir a Vera Cruz.
A sua principal obra comercial, que fez sucesso internacional e ganhou Cannes, foi o “Cangaceiro” (1953), de Lima Barreto, que inaugura o gênero de cangaço. Amácio Mazzaropi é um dos grandes salários da companhia, vivendo o personagem caipira mais bem-sucedido do cinema nacional. O grande salto dado pela Vera Cruz foi sem dúvida o qualitativo técnico, pois era bem equipada, contava com uma equipe técnica – maior parte estrangeira – que trazia consigo a experiência de fora, suas produções traduziam a preocupação de ser um cinema sério, bem diferente das chanchadas cariocas produzidas pela Atlântida. No entanto os motivos do fracasso do estúdio são, entre outros, alto custo dos seus filmes, a ausência de uma distribuidora própria – sofrendo dificuldades de escoar seus produtos ao mercado e salas de cinema brasileiras.


Walter Hugo Khouri (1929-2003), paulista, produz e dirige teleteatros para a TV Record, na década de 50. Trabalha como crítico de cinema e jornalista. Nos estúdios da Vera Cruz, começa fazendo preparação de produção e, em 1964, passa à frente da companhia. Influenciado por Bergman, sua produção enfoca os problemas existenciais, com trilha sonora refinada, diálogos inteligentes e mulheres sensuais. Autor completo de seus filmes, faz roteiro, direção, orienta a montagem e a fotografia. Depois de “O gigante de pedra” (1952), seu primeiro filme, seguem-se “Noite vazia” (1964), “O anjo da noite” (1974), “Amor estranho amor” (1982), “Eu” (1986) e “Forever” (1988), entre outros.

Precursores do Cinema Novo


5ª FASE (1950-1966)

A década de 1950 marca, em São Paulo, a tentativa de se implantar a indústria cinematográfica, juntamente com a inauguração de um importante movimento teatral, marcado pela fundação do TBC (Teatro Brasileiro de Comédia) e a implementação das artes plásticas, abrindo as portas do MAM (Museu de Arte Moderna). A fundação da Vera Cruz fez parte de um projeto estético-cultural mais amplo, que previa para São Paulo a vitalização da vida cultural, conduzida pela burguesia industrial, buscando uma hegemonia na vida política e cultural do país.

PRINCIPAIS ACONTECIMENTOS DA 5ª FASE DO CINEMA NO BRASIL:

-Companhia Vera Cruz (“Cinema brasileiro com padrão internacional”), renegando as chanchadas, propondo um cinema de qualidade. A Companhia tem Alberto Cavalcanti, renomado profissional do cinema francês e inglês. Exemplo: ”Caiçara”.
-Humberto Mauro retorna para o cinema brasileiro.
-Surge a produção cinematográfica brasileira com a tentativa de industrializar o cinema, exportá-lo para os outros países, mas enfrenta dificuldades.
-Comédia continuou, destacando-se Genésio Arrudas no papel de Amacio Mazzaroppi, com contribuição para a chanchada, com temas caipiras. Permaneceu no auge por 10 anos.
-Surge Nelson Pereira dos Santos com “Rio 40 graus”, feito entre 1955 e 1959, e Walter Hugo Khouri.
-“Vidas Secas”, de Graciliano Ramos, de 1963 é considerado um dos melhores filmes já feitos.
-Fala-se em cinema contemporâneo, numa tentativa de fugir das “cópias”, do estrangeiro e tentar fazer um cinema autêntico, diferente do que era feito.
-Nesta época Nelson Rodrigues escrevia seus romances escandalosos e Jece Valedão contracenava no cinema urbano.
-É feito “O pagador de promessas”, de Anselmo Duarte.

Anselmo Duarte o Cinema



Anselmo Duarte nasceu em 21 de abril de 1920, em Salto (SP), muda-se para o Rio de Janeiro nos anos 40. Trabalha como ator em diversas produções: “Pinguinho de gente”, pela Cinédia, “Terra violenta”, na Atlântida, “Sinhá Moça”, pela Vera Cruz ;e conquista o título de maior galã do cinema nacional. Começa a trabalhar como argumentista e assistente de direção com Watson Macedo, que considera seu mestre. Dirige curtas e estréia na direção, em 1957, com “Absolutamente certo”. Em 1962 dirige “O pagador de promessas”, filme premiado com a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Prossegue na direção com “Vereda da salvação” (1964), “O descarte” (1973) e “Os trombadinhas” (1978), entre outros.

Assim era a Atlântida


Em 18 de setembro de 1941, Moacir Fenelon e José Carlos Burle fundam a Atlântida Cinematográfica com um objetivo bem definido: promover o desenvolvimento industrial do cinema brasileiro. Liderando um grupo de aficcionados, entre os quais o jornalista Alinor Azevedo, o fotógrafo Edgar Brazil, e Arnaldo Farias, Moacir Fenelon e José Carlos Burle prometiam fazer a necessária união de um cinema artístico com o cinema popular.

A Atlântida centraliza a produção de chanchadas cariocas e estréia com “Moleque Tião”, filme que já dá o tom das primeiras produções: a procura de temas brasileiros. Logo, porém, predomina a chanchada, com baixo custo e com grande apelo popular, como “Nem Sansão nem Dalila”, de Carlos Manga, e “Aviso aos navegantes”, de Watson Macedo, com Anselmo Duarte no elenco. Esse gênero domina o mercado até meados de 1950, promovendo comediantes como Oscarito, Zé Trindade, Grande Otelo e Dercy Gonçalves.

Em 1962, a Atlântida produz seu último filme, Os Apavorados, de Ismar Porto. Depois associa-se a várias companhias nacionais e estrangeiras em co-produções. Em 1974, em conjunto com Carlos Manga, realiza Assim Era a Atlântida, coletânea contendo trechos dos principais filmes produzidos pela empresa.De 1941 a 1962 a Atlântida produz 66 filmes.
Quando se fala em Atlântida nos vem logo à lembrança o humor irreverente de Oscarito e Grande Otelo, os galãs Cyll Farney, Anselmo Duarte, as "mocinhas" Eliana, Fada Santoro, Adelaide Chiozzo, os "vilões" José Lewgoy, Renato Restier, os diretores Moacir Fenelon, José Carlos Burle, Watson Macedo, e Carlos Manga, que entre outros, encantaram o público durante tantos anos.

segunda-feira, 30 de março de 2009

A Cinédia lança Oscarito e Grande Otelo

Grande Otelo

Oscarito

A história do cinema falado brasileiro abre-se com um longo e penoso reinicio. Durante as décadas de 1930 e 1940, a infra-estrutura para a produção de filmes se sofistica com a instalação do primeiro estúdio cinematográfico no país, o da companhia Cinédia, no Rio de Janeiro.
Adhemar Gonzaga idealiza a Cinédia, que se dedica a produzir dramas populares e comédias musicais, que ficam conhecidas pela denominação genérica de chanchadas. Humberto Mauro assina o primeiro filme da companhia, “Lábios sem beijos”. Em 1933, dirige, com Adhemar Gonzaga, “A voz do carnaval”, com a cantora Carmen Miranda. A Cinédia, com a comédia musical – como “Alô, alô, Brasil, alô, alô, Carnaval” e “Onde estás, felicidade?” –, lança atores como Oscarito e Grande Otelo.

Humberto Mauro: o 1º Cineasta Brasileiro


Humberto Mauro (1897-1983) é considerado o primeiro grande cineasta revelado pelo cinema brasileiro. Nasce em Volta Grande (MG), mudando-se ainda na infância para Cataguases, onde atua no teatro amador. Cursa o primeiro ano de engenharia em Belo Horizonte, enquanto trabalha no Minas Gerais, o diário oficial do Estado. Na década de 20, conhece o fotógrafo Pedro Comello, com quem faz os primeiros filmes. Na primavera da vida, “Tesouro perdido” (1927), “Brasa dormida” (1928) e “Sangue mineiro” (1929) formam a fase de Cataguases. Em 1930 vai para o Rio e produz filmes pela Cinédia. Em 1933, realiza “Ganga bruta”, sua maior obra-prima. Em 1937, produz documentários para o Instituto Nacional de Cinema Educativo (INCE). Seu último filme, “Carro de boi” (1974), trata de temas da infância e juventude.

1º Filme Nacional Inteiramente Sonorizado

O ciclo pernambucano, com Edson Chagas e Gentil Roiz, é o que mais produz. Os primeiros filmes, de 1925, “Retribuição” e “Jurando vingar”, são de aventuras, que contam até com personagens que lembram caubóis. Os temas regionais aparecem com os jangadeiros de “Aitaré da praia”, com os coronéis de “Reveses” e “Sangue de irmão”, ou com o cangaceiro de “Filho sem mãe”.
Em São Paulo, José Medina, acompanhado do cinegrafista Gilberto Rossi, dirige o longa “Fragmentos da vida”, em 1929. No mesmo ano, é lançado o primeiro filme nacional inteiramente sonorizado: “Acabaram-se os otários”, de Luiz de Barros.

(Cenas do filme de 1929 "Acabaram-se os otários").

No Rio de Janeiro, em 1930, Mário Peixoto realiza o vanguardista “Limite”, influenciado pelo cinema europeu.
Datam destes anos também os primeiros sinais da tomada de consciência cinematográfica nacional, com as revistas e jornais dedicando colunas e matérias ao filme brasileiro, como por exemplo a Cinédia.
Humberto Mauro demonstrou que o cinema nacional começava a dominar os recursos do cinema narrativo.

3ª fase (1923-1933) - Os Ciclos Regionais

(Cartaz original do curta "João da Mata -Um Documento", que faz parte do acervo do Oscar em Hollywood - Desenho de Beto Fiori).


Aproximadamente em 1923, dobra a média anual de filmes, há progresso na qualidade, e a produção estende-se a Campinas (SP), Pernambuco, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além do Rio de Janeiro e São Paulo.
Na cidade mineira de Cataguases, o fotógrafo italiano Pedro Comello inicia experiências cinematográficas com o jovem Humberto Mauro e, juntos, produzem Os três irmãos (1925) e Na primavera da vida (1926). O movimento gaúcho, de menor expressão, destaca Amor que redime (1928), um melodrama urbano, moralista e sentimental, de Eduardo Abelim e Eugênio Kerrigan. Em Campinas, Amilar Alves ganha prestígio com o drama regional João da Mata (1923).

2ª Fase (1912 – 1922) - Primeira Crise no Cinema Brasileiro

Este período é marcado pela primeira grande crise do nosso cinema, com problemas de produção e dificuldades de exibição nas salas de cinema, ocupadas pelos filmes norte-americanos, que vinham predominando no mercado mundial. Nestes anos, o cinema brasileiro foi amparado pela produção de documentários e cine-jornais, que levantavam recursos para a produção de filmes de ficção. São dessa época as chamadas "cavações" onde, por exemplo, uma grande indústria contrata um cinegrafista e sua equipe para fazer um documentário institucional sobre a empresa, ou ainda importantes famílias encomendavam o registro de casamentos ou batizados. Entre os filmes desse tempo, destacam-se os calcados em obras célebres da literatura brasileira, principalmente as do período romântico.

Filmes Cantados

Paralelamente, Cristóvão Guilherme Auler e Francisco Serrador realizam os chamados filmes cantados ou falados, em que os artistas se escondem atrás das telas e acompanham com a voz a movimentação das imagens. Algumas dessas fitas são apresentadas centenas de vezes, como “A viúva alegre”, em três versões realizadas por Antônio Leal, Cristóvão Auler e Francisco Serrador. Dentro desse estilo, destaca-se “Paz e amor” (1910), produzido por Auler e filmado por Alberto Botelho, o primeiro no gênero de filme-revista, que focaliza figuras e acontecimentos político-sociais da época.

1ª Fase (1896 - 1912) - A Idade do Ouro

Entre 1908 e 1911, forma-se um centro carioca de produção de curtas que, além da ficção policial, desenvolve vários gêneros: melodramas tradicionais (A cabana do Pai Tomás), dramas históricos (A república portuguesa), patrióticos (A vida do barão do Rio Branco), religiosos (Os milagres de Nossa Senhora da Penha), carnavalescos (Pela vitória dos clubes) e comédias (Pega na chaleira e As aventuras de Zé Caipora).
O Rio conheceu a idade do ouro do cinema brasileiro, predominando uma produção em que os filmes reconstituíam os crimes, crapulosos ou passionais, que impressionavam a imaginação popular. Essa idade do ouro não poderia durar, pois sua eclosão coincide com a transformação do cinema artesanal em importante indústria nos países mais adiantados.
Há um êxodo dos profissionais da área para atividades comercialmente mais viáveis. Outros sobrevivem fazendo "cinema de cavação" (documentários sob encomenda). Dentro desse quadro, há manifestações isoladas: Luiz de Barros (Perdida), no Rio de Janeiro, José Medina (Exemplo regenerador), em São Paulo, e Francisco Santos (O crime dos banhados), em Pelotas (RS).
Todas as filmagens brasileiras realizadas até 1907 limitavam-se a assuntos naturais. A ficção cinematográfica, o "filme posado" só apareceu com o surto de 1908 e a primeira fita de ficção realizada no Brasil foi “Os estranguladores” de Antônio Leal.
De 1912 em diante, durante dez anos, foram produzidos anualmente apenas cerca de seis filmes de enredo, nem todos com tempo de projeção superior a uma hora. Um grande número de fitas inspiradas na nossa literatura, em especial na romântica Inocência, “A Moreninha”, “O Guarani” e “Iracema”.
Os principais realizadores do período foram Francisco Serrador, Antônio Leal, os irmãos Botelho e o cineasta italiano Vittorio Capellaro.

Os pioneiros do cinema no Brasil


Quanto aos homens que abordaram o cinema como negócio, eles não pertenciam ao mundo comercial estabilizado e rotineiro dominado por portugueses. Eram quase sempre italianos aventureiros. Esses empresários atuavam como produtores, importadores e proprietários de salas, tudo ao mesmo tempo, situação que condicionou ao cinema brasileiro um harmonioso desenvolvimento, pelo menos durante poucos anos.

As primeiras produções cinematográficas


A comercialização de filmes estrangeiros é seguida por uma promissora produção nacional. Documentários em curta-metragem abrem caminho para filmes de ficção cada vez mais longos. “Os estranguladores” (1908), de Antônio Leal, baseado em fato policial verídico, com cerca de 40 minutos de projeção, é considerado o primeiro filme de ficção brasileiro, tendo sido exibido mais de 800 vezes. Esse filão é exaustivamente explorado, e outros crimes da época são reconstituídos em “Noivado de sangue”(1909), “Um drama na Tijuca”(1909) e “A mala sinistra”(1908).

Estrangeiros dão início ao Cinema no Brasil


Durante os dez primeiros anos, porém, o cinema teve pouca expressão , tanto como atividade comercial de exibição de fitas importadas quanto como fabricação artesanal local. Só em 1907, houve no Rio energia elétrica produzida industrialmente e então o comércio cinematográfico floresceu com um quadro técnico, artístico e comercial do nascente cinema.
Essa primeira fase do cinema no Brasil era formada quase que exclusivamente por estrangeiros que já tinham alguma experiência na área cinematográfica em seus países de origem.

terça-feira, 24 de março de 2009

O ÍNICIO






Os aparelhos de projeção exibidos
ao público europeu e americano
no inverno de 1895/1896 começaram a
chegar ao Rio de Janeiro em meio deste último ano. Um ano depois, Paschoal Segreto e José Roberto Cunha Salles inauguram, na rua do Ouvidor, uma sala permanente. Em 1898, Afonso Segreto roda o primeiro filme brasileiro: algumas cenas da baía de Guanabara. Seguem-se pequenos filmes sobre o cotidiano carioca e filmagens de pontos importantes da cidade, como o Largo do Machado e a Igreja da Candelária, no estilo dos documentários franceses do início do século.